Lançai a rede à direita do barco e achareis! Assim fizeram ,
e já não podiam puxar a rede, tão grande era a quantidade
de peixes. Estaria Jesus abrindo uma frente de trabalho,
uma empresa que financiaria Sua Igreja Universal, o Reino de Deus?
Foram ao mercado revender? Abriram-se-lhes os olhos
para que vissem o quanto poderiam enriquecer através do poder
de Jesus? Não! Simplesmente não!
Pedro e João (At 3.1) sobem ao templo para a oração. Era levado
um homem, coxo de nascença, que diariamente pedia esmola
aos que entravam. Vendo ele a Pedro e João, implorava que lhe
dessem uma esmola.
Pedro, fitando-o, juntamente com João, disse: Olha para nós.
“Não possuo nem prata nem ouro, mas o que tenho,
isso te dou”, “em nome de Jesus Cristo, o Nazareno, anda!”
1. A Igreja deixou de fitar os olhos na pessoa, por não ter
tempo ou interesse. O foco deixou o individual (pouco lucro)
para investir no coletivo (arrecadação maior).
2. A Igreja hoje, quando diz: “Olha para nós”, nem sempre pode
fazê-lo por ter condição de oferecer aquilo que lhe foi confiado por
Cristo, o poder (At 1.8; Jo 14.12). Ao invés disso, muitos se
apoderaram do poder, não o do alto, mas o “auto poder”.
3. A Igreja na sua grande maioria não pode repetir: “Não tenho
prata nem ouro”. Junto com o pecado, escândalos, injustiças,
poder, o que a Igreja através de alguns de seus representantes,
mais buscou através de sua história, foi a prata e o ouro.
4. A Igreja tem tido dificuldade em dizer: “Em nome de Jesus Cristo,
o Nazareno, anda!”. Quais atitudes negativas foram incorporadas ,
ao Sagrado?
Tanto pelo lado da igreja romana como da reforma protestante,
ambas se distanciaram do encontro ocorrido entre o apóstolo
(Igreja) e o paralítico (perdidos). O apóstolo enriqueceu e o paralítico não andou!
São Tomás de Aquino, em visita ao Papa, que após lhe mostrar
todos os tesouros do Vaticano granjeados através dos séculos,
e comentar: Já não podemos dizer como Pedro e João, não
temos prata, nem ouro..., (Aquino) responde ao pontífice:
É..., mas também não podemos dizer levanta-te, e anda!
Por outro lado, mês a mês, estoura escândalo sobre escândalo
com líderes evangélicos envolvidos em práticas de corrupção,
roubo (do sagrado), enriquecimento ilícito, etc.
Que diria Pedro, hoje (para nós), ao ver nossos templos?
E quanto as nossas atitudes com os paralíticos? Quantos
deles esfolados, espoliados, despojados do pouco de suas
misérias, sustento, fé... ensinados a buscarem o paraíso na terra,
o passageiro, o que corrói, finda...
Após o milagre, o entrevado não adquire uma biga, não
sobe na vida, não vira senador, não faz aos outros o
que fizeram com ele, mas, levantando-se imediatamente,
entra com eles no templo, saltando e louvando a Deus.
Essa é a hora do nosso próprio ego ser testado! Pedro,
a exemplo de João que aponta para o Cordeiro, Jesus,
não atrai para si os holofotes do clamor e honras
oferecidos por ignorância, pelo povo. Tal atitude
agrega quase cinco mil almas a Igreja. Crescimento
gerado pelo poder do alto, não do auto poder, que
apenas faz inchar!
Vivemos num mundo e numa época de competição
com o Sagrado. Prêmio para o maior cantor,
intérprete, compositor, musicista, o maior evangelista,
maior pregador, maior pastor, maior igreja, maior nome
no cenário evangélico, etc.
Mas João 3.30 (dois mil anos se passaram!), ainda é capaz
de condenar quem assim age!
“Convém que Ele cresça e que eu diminua.”
Ao atentarmos para tais mudanças, após submetê-las
ao crivo da Palavra e deixarmos o Espírito Santo
ensinar e agir em nós, todos, a partir de mim, estaremos
voltando a prática das primeiras obras (Ap 2.5), arrependidos,
para que o nosso candeeiro não seja removido.
Só assim poderemos novamente fitar os olhos nas pessoas, dizer:
, “Olha para nós”, afirmar: “O que tenho, isso te dou: 'Em nome de
Jesus Cristo, o Nazareno, anda!'”
A Igreja, do Deus Imutável, infelizmente mudou. Mas pode
mudar novamente, não através da reforma, mas da volta ao início,
ao primeiro amor, submetendo-se ao seu dono, o Cordeiro de Deus,
Jesus Cristo, o Senhor.
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